Não chegava a ser mentira, mas também não era uma verdade inquestionável.
Tive a oportunidade de ver peças de criação descaradamente plagiadas, mas também outras que pareciam ter nascido ex-nihilo (sim, eu sei, só Deus cria ex-nihilo, mas eu disse que pareciam, não que tinham sido criadas do nada).
Os criativos, pelo menos, tinham um discurso coerente. Eles não copiavam, eram inspirados por outras criações.
No mundo virtual também nos deparamos com idéias e conceitos que parecem ter saído do nada e, de repente, existem milhões de pessoas usando o serviço.
Nem sempre o serviço de maior sucesso foi o primeiro a ser criado. O Explorer não foi o primeiro browser. O Google não foi a primeira ferramenta de busca. O MSN não foi o primeiro mensageiro instantâneo. Nem o Facebook a primeira rede social.
Mas foram eles que se estabeleceram como referência na sua especialidade.
A partir de cada idéia que se consolida temos o surgimento da síndrome da reinvenção da roda.
A Microsoft quer criar um buscador melhor que o Google. O Google tenta nos convencer que seu messenger ou que seu browser é mais eficiente. E milhões de criativos acham que vão criar redes sociais melhores que as que existem.
Enquanto isso acontece, criativos digitais de verdade estão passos à frente criando aquilo que ninguém pensou antes e, de repente, aparece um Twitter. Qual será a próxima bola da vez?
Nesse momento existe um Orkut maluco criando algo novo. E um monte de gente criando um microblog melhor que o atual.
Os criadores ficarão milionários. Os copiadores vão passar a vida catando migalhas.
A vida é assim mesmo.