Em meados desse ano, a McKinsey publicou um artigo sobre as 10 bandeiras vermelhas que mostram que sua área de analytics em breve, irá por água abaixo.
Alguns desses sinais são comuns para a implementação de vários processos, não só os que estão em voga, mas também alguns antigos que continuam fracassando de forma retumbante até hoje.
Somando a inspiração do
artigo e a minha experiência pessoal, deixo aqui a minha visão do que leva
esses programas à ruina.
*Pode preencher o resto do
título com a palavra que você preferir, algumas sugestões: CRM, Automação de
Marketing. Big Data, Business Analytics, Inteligência Artificial, Mídia
Programática, Jornada do Cliente…
Comece seu programa sem ter definido claramente o que
você pretende com ele, afinal, se todo mundo está entrando nessa onda eles
devem estar certos. Discussão sobre riscos e identificação de oportunidades
devem brotar do chão, assim como minhocas quando chove.
Compre um software. Quem vai se meter numa encrenca
dessas sem ter uma ferramenta adequada? Assista dezenas de apresentações de
fornecedores (eles costumam fazer powerpoints lindos), leia a lista dos 10 mais
em um blog, e depois é só aprovar o orçamento de capital com projeções malabaristas
de pay back.
Prometa resultados de curto prazo, claro, se não você
não consegue aprovar nada. Afirmações do gênero “o software é plug and play”
causam grande impacto, mesmo que sua empresa tenha uma plataforma complexa e
normas de compliance que obrigam a homologação de novos softwares.
Evite os especialistas no assunto, nem para servir
como apoio na curva de aprendizagem, até porque eles podem identificar
rapidamente as mancadas anteriores e atrasar os prazos que você prometeu.
Isole sua equipe do projeto numa bolha em que ninguém
pode entrar, nem dar palpites, particularmente aqueles chatos que conhecem o
mercado, o modelo de negócio e se relacionam diretamente com os clientes. Sua
proposta é ser disruptivo e não melhorar processos e decisões.
Não apresente resultados parciais, evite o assunto com
que os pede e mude o tema da conversa: se possível com aqueles termos do “innovation
bingo” ou com a curva de Gartner.
Não dê muita bola para questões éticas, sociais e regulatórias.
Quem precisa cuidar disso é o jurídico e não você.
Quando tudo estiver ruindo, faça uma palestra ou
escreva um artigo sobre o “sucesso” do seu case, distribua em todas as redes e
atualize o seu currículo – vai precisar dele.