Tem que morrer pra germinar (Gilberto Gil)
Desde que lançamos a Dataonboarding temos falado com muita gente.
Alguns que estão em estágio mais avançado de relacionamento com dados, outros bem menos.
No entanto, o que mais tem me chamado a atenção é que, tanto entre os mais maduros, quanto entre os mais verdes, ainda existe uma grande confusão entre o que é transformação digital e o que é presença digital.
Você pode ter uma fortíssima presença digital e nem por isso estará transformando digitalmente a sua empresa e os seus negócios.
Você pode estar passando por uma profunda transformação digital, mesmo sem aparecer de forma massiva nas mídias digitais.
Presença digital é a maneira como a sua marca se posiciona e utiliza os meios digitais para se mostrar para os usuários desses meios.
Isso envolve o seu posicionamento de marca (que não pode ser diferente do que tem no mundo analógico), o uso de plataformas que facilitem a vida dos seus usuários no mundo digital, o tipo de conteúdo que você oferece e a maneira como você tenta se relacionar com essas pessoas (como engajá-las à sua marca).
A presença mostra como você é, mas não aponta para onde você deveria ir.
Já a transformação digital é a mudança dos seus processos, produtos, serviços e o que mais envolva a estratégia da sua empresa a partir de dados coletados on e offline.
Isso envolve um caminho que passa por coletar dados que tenham relação com suas estratégias, analisar essa montanha de informação e, dela, tirar insights que modifiquem a forma como você atua no mundo, o que significa
· Identificar vantagens competitivas e fazer com que sua marca se aposse delas e venda mais e melhor
· Melhorar processos e encontrar respostas para problemas complexos, otimizando custos e receitas
· Encontrar novas questões e possibilidades que nem passavam pela sua cabeça ou de sua equipe e, de fato, encontrar o que é inovação.
Isso significa que, enquanto a presença digital é uma responsabilidade predominantemente do marketing, a transformação digital precisa ser o foco de toda a empresa, a começar (e é impossível que não seja assim) do seu principal executivo.
Isso também significa que não é mais o mercado que é moldado pela vontade dos negócios (a velha máxima de criar necessidades e de vender geladeiras para esquimós), mas é ele que molda as empresas da forma que essas atendam às suas necessidades.
É um processo trabalhoso. Vai colocar em xeque crenças e valores arraigados nas empresas e, claro, desagradar muita gente, como qualquer mudança.
E é irreversível.
Quem entender isso vai prosperar. Quem resistir a isso vai morrer. Muitos modelos de negócios já morreram ou estão em fase terminal, outros já estão sentindo os primeiros sintomas da decrepitude iminente.
Crédito da Imagem: Metamorphosis de M.C. Escher